terça-feira, julho 29, 2008

Está quase...

Resta saber o quê!!!
E apesar de amanhã ser dia de tirar o gesso (ou pelo menos assim o espero)... não é isso.
Não é isso...

:P

domingo, julho 27, 2008

Será Deus uma partícula?*

Espero bem não!!

Lembro-me da Química e de tentar, por aí, ir à raiz das coisas. Perceber como é que os átomos se agrupavam para mais tarde se desagregarem e logo a seguir arrumarem-se uma vez mais numa estabilidade instável até o processo recomeçar. Que fascínio por responder a perguntas, umas mais curiosas que outras… perguntas cuja resposta me dava a Ciência, neste caso a Química. Havia também a Física e as suas forças de coesão para tudo. Quem diria que o Universo, TODO o Universo, se resumiria a 4 forças: a gravítica, a electrostática, a nuclear forte e nuclear fraca. Podia voltar aos livros e descrever aqui sumariamente cada uma delas, deixar um cheirinho de Ciência num blog que concebi para outras urgências e rugidelas… duvidei já tantas vezes se o conseguiria... Hoje sei que não é uma questão de ser ou não capaz de voltar à Ciência mas de não querer, simplesmente já não querer. As perguntas agora são outras… evidência do 4º ano da Faculdade obtida através da Prof. Visitação Barbosa!!

Há uma ciência que ainda me apaixona… a Psicologia!! Gosto de perceber os meandros do ser humano, perder-me nos seus limites e potenciais, reconhecer as suas dúvidas e desesperos, os seus entusiasmos e alegrias. Livros, revistas e artigos desta temática são avidamente sorvidos quando me vêm parar às mãos. Mas nem aí Deus está!!

Deus é tanto uma partícula como uma sinapse no espaço-tempo da vida de alguém. :S

Não me venham com tretas… sempre a mania de misturar laranjas com cogumelos, nabos com chocolates!!! Mas como é que é que a Ciência, seja ela qual for, pode alguma vez pretender explicar a Fé???

Posso saber o que activa o meu saco lacrimal sempre que tenho uma dor física ou quando alguém me magoa, aqui, ali, aqui, no coração, sem querer ou propositadamente... Posso saber que o médico que me operou voltou a pôr no osso, outra vez, os ligamentos que se romperam. Que não foi uma ruptura mas um arrancamento. E que o perónio estava deslocado e por isso teve de haver cirurgia, não bastou andar de gesso… Posso saber os caminhos que estas letras percorrem pelos circuitos electrónicos de computadores e routers e servidores que depois vejo num écran RGB e na designação web que escolhi para o meu sítio…

...mas nenhuma Ciência me explica o aMor que tenho pelos meus sobrinhos. Um aMor só porque sim!! E por que razão quero eu passar tempo com eles e vê-los crescer. Tê-los por perto. Quem diz os sobrinhos, diz os aMigos, essa família que escolhemos.
Nenhuma Ciência me diz o que é suposto eu aprender com estas paragens forçadas na minha vida…
Nenhuma Ciência me ensinou a dizer Fica ou Preciso de ti… nos momentos cruciais de me abandonar e entregar nos (a)braços de alguém.
Nenhuma Ciência me explica por que motivo, no desapontamento de um ou outro episódio, se decide avançar, em nome de um milagre, o do aMor e da viDa, porque se acredita numa união especial, porque desta vez é diferente… é maior.

Nenhuma Ciência me ensinou a aMar… a proteger, a cuidar. A suspirar. A deter-me no medo deste tanto que me (nos) deixa sem fôlego mas com energia para o que der e vier. Para mover montanhas, segundo o "meu" Deus...


Nop!! Deus não é uma partícula. Não pode.

Deus é Amor. Sabe o nosso nome, isto é, conhece-nos. Do direito e do avesso. E ama-nos. Só porque sim… apesar de tudo, apesar dos reveses, das borbulhas e pontos negros, dos monstros que em nós habitam. Deus ama-nos.

Deus é Amor. E Deus não se explica!!


*post prometido ao João e à Inês desde o dia 11 Junho
(só para que conste, este post de avulso nada tem... :P)

sexta-feira, julho 25, 2008

Poema avulso

Menina por dentro,
uma flor, um rebento.
Por fora mulher,
procurando o que quer.

Ser forte, ser frágil.
Menina meiga.
Coração de manteiga.
Trapalhona. Ágil.

Mulher guerreira,
de espada a Verdade,
em luta com os dias,
à procura de liberdade.

Questões, perguntas, respostas.
Desafios, etapas transpostas.
Um circo, a vida. Jazz, o amor.
Menina mulher, mulher menina… cheia de cor.

domingo, julho 20, 2008

Avulsos*

Há dias dei comigo a escrever mentalmente um poema. Um poema, mesmo. Com palavras a encontrarem-se e a fugirem umas das outras para mais tarde rimarem entre si.

Há dias dei comigo a retirar um pensamento elevado do filme The Simpsons!!! “Às vezes é preciso recuar um pouco para apreciar uma obra de aRte”, dizia a Marge para justificar a falta de razoabilidade do Homer.

Há dias dei comigo a reviver uns 25 anos atrás com a série Verão Azul, aquela cujo genérico são 7 crianças a andar de bicicleta e cujo tema toda a gente (da minha geração e anteriores) sabe assobiar.

Há dias dei comigo entrelaçada no presente a escutar o que o passado me tornou e a indagar o que o futuro me quer ou não reservar.

Há dias dei comigo a constatar que os lençóis (sujos de preferência) dão jeito para uma boa máquina de roupa, avolumada e consistente como se quer.

Há dias dei comigo a perguntar-me como conseguem os intérpretes de surdos-mudos ouvir, traduzir gestualmente ao mesmo tempo que ouvem novamente, para traduzir logo a seguir outra vez… complicado? Imagine-se fazer!!

Há dias dei comigo no quarto a acompanhar uma mosca que entrou disparada, uma daquelas moscas enormes que fazem zumbido e tudo, vulgo varejeiras… saiu mais depressa do que entrou. Tonta. Desenfreada. E eu a ver!!!

Há dias dei comigo sem saber o que fazer.


Há dias dei comigo a fazer aMor às três da tarde e depois às quatro e às cinco e às… só porque sim. Diz que a dimensão espaço-tempo eleva-nos, enleva-nos… e leves, leves... numa leveza sem par, sem pressa de chegar a lado nenhum... surripia-nos os minutos, as horas, os dias. E que dias!!


Há dias dei comigo a pensar… estou já há muitos dias de Baixa. Ai estou, estou. Essa é que é essa!!

*ou vida de tartaruga II

sexta-feira, julho 04, 2008

Po... (panda kung fu)

Parecia um filme ligeiro. É um filme ligeiro. Mas deu tanto que pensar...... desde a validade do misticismo e sabedoria oriental (tão ignorados por este ocidente onde me encontro), à grande reflexão que fiz em tempos sobre educar versus ensinar no quarto ano da faculdade. Passei pelas expectativas exteriores a quem julgamos dever obediência, e pelas vozes, igualmente exteriores que, não sabendo bem porquê....... acabam sempre por falar mais alto até algum instante da nossa vida. Aquele instante em que finalmente nos voltamos para dentro, aquele instante em que verdadeiramente me olhei e escutei. Espreitei o GTIST e o GAPsi e sorri ao verificar esta evidência... lugares e pessoas que, sem saberem, me ensinaram a ser mais eu. Ou eu simplesmente.

Não sei ainda tudo quanto tenho cá dentro. E amanhã é um mistério. Mas quero esperá-lo. Duvidá-lo. Agradecê-lo. Aceitá-lo. Missões? Para já acredito nesta: o desenvolvimento humano, o meu e o dos outros, é para mim uma prioridade. Gosto de pensar que se outros já cá estiveram por mim, para mim, atentos à bomba-relógio que sempre me senti enquanto crescia... quero eu agora estar lá para eles. Não por achar ter algo importante para dizer... ou querer impingir alguma Verdade, a minha Verdade… mas por sentir que o amor vai e volta, sai e regressa a nós e como uma dádiva não se pode conter. Somos demasiado pequenos para o guardar, armazenar. Sou demasiado pequena. Para além disso acho, genuinamente, que consigo ler as pessoas e perceber algumas das suas fragilidades/forças que podem potenciar tudo o que lhes está destinado ser.

Por exemplo, conheço quem duvide do seu instinto paternal/maternal e julgue mesmo não o ter ou poder vir a desenvolver. E também quem esteja sempre a insistir em vez de abandonar, pensando que voltar as costas é desistir quando, na grande maioria das vezes é apostar e recomeçar. E quem recuse determinantemente deixar-se levar pelas circunstâncias e/ou supostos acasos e siga as suas regras interiores com medo de perder o controlo… Ou quem planeie a sua vida ao pormenor e sofra angustiosamente imprevistos menores que surgem a todo o momento. Destinados a serem grandes, o maior que podem ser, vivem ainda nos seus limites. Como eu vivo, como toda a gente vive….

Não tenho o poder de intervenção divina, graças a Deus!!! Mas se puder ser alguma luz no nevoeiro, brisa suave no calor, calma nas águas revoltas de um rio, esperança no desespero… eis-me aqui!!

O meu sobrinho, que tem 8 anos apenas, está sempre a fazer disparates. Uns mais próprios da idade e imaturidade que outros. Diz quem o acompanha que, apesar da mudança que já se vai construindo no seu coração, reincidirá em muitos comportamentos inapropriados. Que ainda vamos ter muito que lhe ralhar, que o corrigir, que desesperar e exasperar mas acima de tudo teremos de persistir nesta mensagem que ele ainda não sabe: que acreditamos que ele consegue mudar, que ele é capaz. Tem 8 anos apenas.

Quantos de nós não temos também este coração em construção? Este coração de 8 anos, desacreditado do nosso verdadeiro potencial. Que não é mais nem menos que o dos outros. Mas é o nosso!!

O Po é um Panda gordo e balofo, nunca poderia ser o Guerreiro Dragão. Então e a agilidade de movimentos, a delicadeza de gestos, a força muscular de um corpo seco e cirurgicamente trabalhado……..? E o nome? Po??? Tão simples, que horror!!! Nã!!!

Era assim que eu me sentia nos primeiros passos que dei no GTIST. Gorda e balofa por fora, sem nada para gritar, sem nada para denunciar, acusar, debater-me com..... Aprendi que a originalidade/criatividade era um mundo infinito de referências e a que a minha era tão interessante como a de outra pessoa qualquer. Mas a minha era minha. Guardo também que menos é sempre mais. Que a perfeição não existe e muito menos existe o que se designa de a melhor opção. E que não são precisos grandes pensamentos ou rebuscadas preparações prévias para criar, basta sentir e agarrar um momento, escolher uma opção. E não pensar em todas as que ficaram para trás. Até porque para se manter o espírito de seguir apenas o que se sente, não há espaço para grandes divagações mentais. Criar é como pescar. Uns dias temos mais sorte que outros. Mas todos os dias há que lançar as redes, ou a cana, e esperar. Esperar e ver o que acontece. E muitas vezes é no quase marasmo da coisa que algo novo surge. Aprendi também que a sensualidade não estava no meu corpo mas na minha cabeça. Que o olhar é a janela (in)discreta de tudo o que mexe cá dentro e, por isso, se quisesse, se acreditasse, podia até ser uma mosca da fruta, chata e redundante. E que o que é estúpido, aborrecido ou desinteressante aos olhos de um… para outro pode ser a maior revelação. Comunicar por imagens. Levar um soco no estômago. Libertar a ira de alguém. Beijar-lhe uma lágrima…

Tudo isto que vos conto e muito mais valeu-me o grande segredo do manuscrito do dragão. Para perceberem esta têm de ver o filme!!!