terça-feira, dezembro 25, 2007

E debaixo da árvore que cintilava...

...ainda encontrei este cartão de Natal.

domingo, dezembro 23, 2007

Cozinheiras de ocasião

Cozinha italiana de fundo. Refogado de alho, muito alho. Umas marteladas numa chave de fendas junto à cortiça e improvisa-se um saca-rolhas. Minutos mais tarde o vizinho a tocar à porta a queixar-se dos sapatos de salto alto às 6h da manhã.

Desculpe, importa-se de repetir? Mas nós ainda não estamos cá a viver sequer...
(e se estivéssemos!!!)

Voltamos à cozinha entre pensamentos alvoraçados. Onde termina a razoabilidade e começa o capricho? Quem decide o limite entre direito e dever... respeito e desrespeito...? Às vezes custa-me viver!! Não tanto por mim, mas pelos outros. Perdoem-me a arrogância de certas palavras...

Na cozinha, a(s) frase(s) da noite:

- Tenho este vício terrível de ir comendo enquanto cozinho.
Ela ri-se e completa...
- E eu tenho este vício de ir bebendo enquanto cozinho.

O jantar serve-se na sala. Vinho branco com fragmentos de cortiça. Sobremesa: fondue de chocolate. A pêra continua a ser a minha preferida. A noite avança. Falamos de tudo e de nada. Como quem passa os dias juntos mas não necessariamente em conjunto.





Para a próxima vamos pedir um saca-rolhas ao vizinho de baixo. Ainda encontro pedacinhos de rolha perdidos entre a minha perplexidade e a minha razão.


sexta-feira, dezembro 21, 2007

Porque hoje eu sou mais eu...

...este texto acontece como uma verdade (in)conveniente!!
a

"Cresci a pensar que o mundo era perfeito, de uma cor rosa e cheiro a jasmim, com uma princesa e um príncipe que se encontravam e viviam felizes para sempre. Como o Siddharta, experimentei de longe a miséria humana. E quebrou-se o sonho. Porta escancarada para a vida real experimentei a dor como uma agulha. A prinçuza e o princez podem levar uma vida para se encontrarem. Podem nem chegar a conhecer-se. E se sim, nem sempre vivem felizes para sempre. Quero. Quero a história do era uma vez mas uma que rompa com estereótipos felizes e irreais. Quero a história do era uma vez com imagens torcidas e não destorcidas, sons a sério e não fabricados. Desenganem-se, no entanto... para mim a vida é bela. Quero apenas um era uma vez mais próximo do real. Umas vezes sofrido, outras gargalhado, nem sempre planeado, frequentemente improvisado. A vida é assim. Toma-nos de assalto com as histórias da nossa história. E cresço mais, fico maior. E quero. Quero dizer que era uma vez mas era uma vez uma princesa feia... outra pirata... diferentes mas tão cheias de sentimentos como as dos nossos sonhos.. (im)perfeitos."

marina
(casca de nosz)

Rebenta a bolha!!!

Quem não se lembra desta expressão? Quantos de nós gostariam de, em certos momentos, poder dizê-la como um escape para a verdade dura e cruel... mas a verdade...? Acreditar que estamos mesmo a brincar e que, portanto, a dor é só a fingir, tudo vai passar...?
Quantos de nós...?
Uma aMiga ontem falava-me de bolhas. E da dificuldade de deixar passar alguém para o interior. Como uma película maleável, estar próximo não é impossível. Mas estar dentro... já é um pouco demais. E as revoluções acontecem mas não de um dia para o outro!!!

Que dizer... aMor meu, e se em vez de rebenta a bolha, for antes forma uma bolha comigo?

Eros-te muito

**tua m*

Para o Zé... :)



Começar bem o dia é muito importante!!

terça-feira, dezembro 18, 2007

Lutas

Ele aproximou-se. Inocente, sorrateira e inesperadamente. Na mão a arma, muito bem disfarçada, com que desferiu o primeiro golpe. Um risco nas calças. Um pau de giz. Branco.

Um risco branco nas minhas calças pretas.

Perplexa, eu... investi na provocação. Luzes, câmara, acção. Gravamos o primeiro take. Como uma luta entre o bom o e vilão, pela arma que tanto protege como mata, os corpos procuram à força recuperar esse que manifesta vitória – o pau de giz.
O giz rolava pelo chão aleatoriamente, perdia-se e encontrava-se por entre as cadeiras, as nossas mãos, o chão, as mesas (des)arrumadas. Saía disparado pelo momento linear. E nós também. Ao acaso. Eu por cima de ti. Tu por cima de mim. Meio loucos, meio guerreiros. Qual de nós o mais rápido, o mais forte, qual de nós o bom, qual de nós o vilão...?
À volta o mundo parecia-me não existir. Só eu e tu. E a luta. Longe de acabar. Longe de amenizar. Longe de se esquecer. Eu lutava por fora mas por dentro desfazia-me... num sorriso imenso. Palhaço!! Gravava o momento como o início de algo.

Adoro uma boa luta!!

Fugimos, equilibramos o espaço, repelimo-nos e topamo-nos à distância. Com as mesas entre nós, um de cada lado, damos lugar à "sedução". Eu passo os dedos pelos lábios à martini girl... tu, ousado começas a desapertar o cinto... mas eu desarmo-te com o meu gesto ainda mais arrojado na parte superior. :P Recomeçamos a luta, entre cadeiras, no chão outra vez, ou ainda por cima das mesas. Desenho todos os riscos que consigo nas tuas calças igualmente pretas. Procuro a força física para a aliar à interior. Não me dou por vencida. Adoro uma boa luta!! Fazemos uma pausa. Vou despejar o lixo. Quando regresso é tempo de paz, suspender armas. Pensava eu... Ao pau de giz seguiu-se o apagador. Mais uma vez, tu. A desferir o primeiro golpe. Take II. Usamos a perícia, a estratégia, a esperteza (saloia). Saímos da sala por momentos. A guerra já não cabe naquelas quatro paredes. Tu regressas. Encosto o ouvido à porta para ouvir melhor. Sem querer quase que nos acertamos.

Acerta-me aqui. Acerta-me aqui... aqui!! (a-corda no paraíso, produção GTIST)

Rimos até mais não, quem se deixará enganar? Nem um nem outro.
O fim avizinha-se duro, quase batoteiro. Já descontraídos apanho-me com os dois apagadores e aproveito-me da situação. Tu com as pernas em cima da mesa, à patrão. Estavas mesmo a pedi-las!! E se eu agora...? Terminou como começou. Perplexo, desta vez tu, não imaginavas que eu limpasse o pó às tuas calças. ;) Limpei mesmo!!!


Lutas!
É preciso ter cuidado... a vingança serve-se fria. Pelo menos é o que ele diz.













(Cena I - sex appeal em t-shirt cor-de-rosa)

sábado, dezembro 08, 2007

Pára tudo!! (versão BD)


Sensibilidades... cada um tens as suas.





Eu parei para ver o Outono chegar. Chegou como se fosse algodão, numa cadência que lembrava flocos de neve a descer dos céus. Mas não eram brancos. De fogo, os flocos, levaram-me de volta ao calor de um beijo contido, em implosão, nos ontens de amanhã ainda por viver.


Sorrio. E deixo cair mais esta lembrança nostálgica do que me está para acontecer.

quinta-feira, dezembro 06, 2007

Pergunta: nostalgia é diferente de lamechice, não é?

Descobri que gosto de dias assim. Frios, muito frios, com nevoeiro mas sem vento. Dias frios só por fora. Lembra-me o quentinho da infância, não sei porquê...




Resposta: Lamechice é totalmente afectiva. Nostalgia é isso mas mais racional, envolve memórias. E como somos todos fruto de memórias e sensações... estes dias parece que apagam a luz de fora para acendermos nós a de dentro!



Obrigada aMor... de sempre.