Há dias dei comigo a escrever mentalmente um poema. Um poema, mesmo. Com palavras a encontrarem-se e a fugirem umas das outras para mais tarde rimarem entre si.
Há dias dei comigo a retirar um pensamento elevado do filme The Simpsons!!! “Às vezes é preciso recuar um pouco para apreciar uma obra de aRte”, dizia a Marge para justificar a falta de razoabilidade do Homer.
Há dias dei comigo entrelaçada no presente a escutar o que o passado me tornou e a indagar o que o futuro me quer ou não reservar.
Há dias dei comigo a constatar que os lençóis (sujos de preferência) dão jeito para uma boa máquina de roupa, avolumada e consistente como se quer.
Há dias dei comigo a perguntar-me como conseguem os intérpretes de surdos-mudos ouvir, traduzir gestualmente ao mesmo tempo que ouvem novamente, para traduzir logo a seguir outra vez… complicado? Imagine-se fazer!!
Há dias dei comigo no quarto a acompanhar uma mosca que entrou disparada, uma daquelas moscas enormes que fazem zumbido e tudo, vulgo varejeiras… saiu mais depressa do que entrou. Tonta. Desenfreada. E eu a ver!!!
Há dias dei comigo sem saber o que fazer.
Há dias dei comigo a fazer aMor às três da tarde e depois às quatro e às cinco e às… só porque sim. Diz que a dimensão espaço-tempo eleva-nos, enleva-nos… e leves, leves... numa leveza sem par, sem pressa de chegar a lado nenhum... surripia-nos os minutos, as horas, os dias. E que dias!!
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